terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Quatro Fronteiras – Uyuni, Salar de Uyuni e Povoado San Juan – 10.01.13


Acordamos às 7h30 e fui comprar o passeio de três dias e duas noites pelas paisagens do altiplano do sul da Bolívia.
Comprei em uma agência chamada Andrea Tour, os tours são os mesmos em todas as agências, acabei comprando nesta por estar situada na praça central de Uyuni e por causa do nome (para quem ainda não sabe, a Loirinha chama-se Andréia). Pagamos 800 bolivianos por pessoa e mais 250 bolivianos pelo transporte do fim do passeio a San Pedro de Atacama no Chile.
Eu já havia feito esse mesmo passeio em janeiro de 2004 e estranhei o preço elevado para o transporte até San Pedro de Atacama. A situação é que alguns povos que habitam o local do terceiro dia do passeio estavam em litígio com as empresas que organizam os tours. Eles queriam uma participação maior nos valores pagos pelos turistas para entrarem em suas terras e por isso “fecharam” o caminho, impedindo que entrássemos em suas terras. Isso alterou o último dia do passeio, impossibilitando-nos de ir as termas, Laguna Verde e Vulcão Lincancabur. O passeio terminava bem próximo a San Pedro de Atacama (45 min de van), mas com esse impedimento o transfer a Atacama seria de uma localidade bem mais longe (6h de micro ônibus), o que justificava o preço.

Embarcamos para o tour às 11h junto de uma inglesa, uma alemã e um casal cujo rapaz é belga e a moça francesa, o motorista foi o boliviano Matheu.



A primeira parada foi logo nos arredores da cidade, o “cemitério de trens”. Estive naquele lugar por conta própria em 2004 e agora ele faz parte do início “oficial” do tour.









De lá cruzamos novamente a cidade e fomos a um povoado próximo a Uyuni que sobrevive da extração e processamento de sal do salar.




Logo após entramos no Salar de Uyuni, visitamos o Hotel de Sal que agora é um museu, em frente existe uma “praça” com várias bandeiras de países e clubes de futebol. Acabamos tirando fotos coma bandeira do Brasil, do Borussia Dortund e do Fluminense (essa para homenagear o Maurão).
Entrei rapidamente no museu e vi algumas esculturas feitas de sal.










Seguimos até um local onde existem olhos d´água que brotam do solo abaixo da camada de sal.


Matheu, o motorista estava muito preocupado pois começou a chover e víamos muitas nuvens de chuva ao redor. Isto torna a travessia do salar perigosa pois a água com sal pode danificar a parte elétrica do carro (uma Toyota Land Cruiser, 4x4). Ele argumentou conosco sobre a possibilidade de não irmos a Isla del Pescado, um monte de terra com vários cactos que fica no meio do salar. Discutimos todas as possibilidades e quando eu disse a ele que outros carros estavam indo ele alegou que o nosso era mais novo e por isso mais suscetível a um dano no sistema elétrico. Chegamos até propor que outro carro, mais velho nos levasse até lá. Ele telefonou a agência e cedeu a nossa ideia de que a agência não tinha nos avisado sobre a possibilidade de não atravessarmos o salar em caso de chuva. Fomos muito mais devagar do que se estivesse seco. Porém o visual do salar com um espelho d´água nos proporcionou visuais absurdamente lindos.








No caminho para a Isla del Pescado, o Matheu parou o carro e pegou cristais de sal para que conhecermos.





Chegamos a Isla del Pesdado e comemos sob uma pequena garoa e muito vento. 




Ainda demos uma volta na ilha (30 bolivianos) que é uma espécie de parque nacional. Vimos vários cactos que dizem ser os mais antigos do mundo.









Após a parada fomos em comboio até o outro lado do salar, fato que também rendeu visuais de tirar o fôlego.








Na saída do salar nos juntamos em um comboio.



Após a saída do salar paramos em um trecho da estrada em que havia várias lhamas.







Deveríamos chegar ao povoado de San Juan onde passaríamos a primeira noite. O Matheu se mostrou um motorista dos piores que já vimos, a cada obstáculo (poça de água, subida mais forte ou atoleiro) que tínhamos certeza de que um 4x4 passaria facilmente ele descia do carro e verificava com os próprios pés antes de passar com o carro. Em determinado local ele esperou outro carro passar para ver como se fazia. O outro carro passou com muita facilidade e só aí ele passou. Isso fez com que nos atrasássemos e ficássemos distantes dos outros carros.
Por vezes havia dois caminhos a seguir e Matheu sempre ficava na dúvida sobre qual caminho seguir, em determinadas vezes ele escolhia um caminho e depois de alguns quilômetros voltava e pegava o outro. Até para manobrar o carro ele tinha dificuldade, me pediu por duas vezes que saísse do carro e ajudasse com uma lanterna (já havia escurecido).
Após um stress geral em que chegamos a perguntar para o Matheu se ele realmente conhecia o caminho e ouve momentos em que achamos que iríamos ter que dormir no carro, chegamos a San Juan lá pelas 22h, muito depois de todos os carros.
No povoado não existe reserva de hospedagem para os carros do tour e ficamos preocupados quando Matheu disse não haver vaga no primeiro local procurado. Mas logo no segundo tinha vaga.
Até o jantar ser feito e comermos, fomos dormir por volta da meia-noite. O bom é que deu tempo para conversarmos bastante, sempre é bem interessante conversarmos com pessoas de diferentes partes do mundo.
O incômodo é que tínhamos apenas uma ducha (fria) duas pias e dois vasos sanitários para 21 pessoas (éramos três carros nesta hospedagem).
Fomos dormir bastante cansados (e sem banho, a sorte é que a Loirinha levou lenços higiênicos, que fizeram as vezes de um banho, hehehe).


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