Acordamos às 7h30 e fui comprar o passeio de três dias e
duas noites pelas paisagens do altiplano do sul da Bolívia.
Comprei em uma agência chamada Andrea Tour, os tours são os
mesmos em todas as agências, acabei comprando nesta por estar situada na praça
central de Uyuni e por causa do nome (para quem ainda não sabe, a Loirinha
chama-se Andréia). Pagamos 800 bolivianos por pessoa e mais 250 bolivianos pelo
transporte do fim do passeio a San Pedro de Atacama no Chile.
Eu já havia feito esse mesmo passeio em janeiro de 2004 e
estranhei o preço elevado para o transporte até San Pedro de Atacama. A
situação é que alguns povos que habitam o local do terceiro dia do passeio
estavam em litígio com as empresas que organizam os tours. Eles queriam uma
participação maior nos valores pagos pelos turistas para entrarem em suas
terras e por isso “fecharam” o caminho, impedindo que entrássemos em suas
terras. Isso alterou o último dia do passeio, impossibilitando-nos de ir as
termas, Laguna Verde e Vulcão Lincancabur. O passeio terminava bem próximo a
San Pedro de Atacama (45 min de van), mas com esse impedimento o transfer a
Atacama seria de uma localidade bem mais longe (6h de micro ônibus), o que
justificava o preço.
Embarcamos para o tour às 11h junto de uma inglesa, uma
alemã e um casal cujo rapaz é belga e a moça francesa, o motorista foi o
boliviano Matheu.
A primeira parada foi logo nos arredores da cidade, o
“cemitério de trens”. Estive naquele lugar por conta própria em 2004 e agora
ele faz parte do início “oficial” do tour.
De lá cruzamos novamente a cidade e fomos a um povoado
próximo a Uyuni que sobrevive da extração e processamento de sal do salar.
Logo após entramos no Salar de Uyuni, visitamos o Hotel de
Sal que agora é um museu, em frente existe uma “praça” com várias bandeiras de
países e clubes de futebol. Acabamos tirando fotos coma bandeira do Brasil, do
Borussia Dortund e do Fluminense (essa para homenagear o Maurão).
Entrei rapidamente no museu e vi algumas esculturas feitas
de sal.
Seguimos até um local onde existem olhos d´água que brotam
do solo abaixo da camada de sal.
Matheu, o motorista estava muito preocupado pois começou a
chover e víamos muitas nuvens de chuva ao redor. Isto torna a travessia do
salar perigosa pois a água com sal pode danificar a parte elétrica do carro
(uma Toyota Land Cruiser, 4x4). Ele argumentou conosco sobre a possibilidade de
não irmos a Isla del Pescado, um monte de terra com vários cactos que fica no
meio do salar. Discutimos todas as possibilidades e quando eu disse a ele que
outros carros estavam indo ele alegou que o nosso era mais novo e por isso mais
suscetível a um dano no sistema elétrico. Chegamos até propor que outro carro,
mais velho nos levasse até lá. Ele telefonou a agência e cedeu a nossa ideia de
que a agência não tinha nos avisado sobre a possibilidade de não atravessarmos
o salar em caso de chuva. Fomos muito mais devagar do que se estivesse seco.
Porém o visual do salar com um espelho d´água nos proporcionou visuais
absurdamente lindos.
No caminho para a Isla del Pescado, o Matheu parou o carro e pegou cristais de sal para que conhecermos.
Chegamos a Isla del Pesdado e comemos sob uma pequena garoa
e muito vento.
Ainda demos uma volta na ilha (30 bolivianos) que é uma espécie
de parque nacional. Vimos vários cactos que dizem ser os mais antigos do mundo.
Após a parada fomos em comboio até o outro lado do salar,
fato que também rendeu visuais de tirar o fôlego.
Na saída do salar nos juntamos em um comboio.
Após a saída do salar paramos em um trecho da estrada em que
havia várias lhamas.
Deveríamos chegar ao povoado de San Juan onde passaríamos a
primeira noite. O Matheu se mostrou um motorista dos piores que já vimos, a
cada obstáculo (poça de água, subida mais forte ou atoleiro) que tínhamos
certeza de que um 4x4 passaria facilmente ele descia do carro e verificava com
os próprios pés antes de passar com o carro. Em determinado local ele esperou
outro carro passar para ver como se fazia. O outro carro passou com muita
facilidade e só aí ele passou. Isso fez com que nos atrasássemos e ficássemos
distantes dos outros carros.
Por vezes havia dois caminhos a seguir e Matheu sempre
ficava na dúvida sobre qual caminho seguir, em determinadas vezes ele escolhia
um caminho e depois de alguns quilômetros voltava e pegava o outro. Até para
manobrar o carro ele tinha dificuldade, me pediu por duas vezes que saísse do
carro e ajudasse com uma lanterna (já havia escurecido).
Após um stress geral em que chegamos a perguntar para o
Matheu se ele realmente conhecia o caminho e ouve momentos em que achamos que
iríamos ter que dormir no carro, chegamos a San Juan lá pelas 22h, muito depois
de todos os carros.
No povoado não existe reserva de hospedagem para os carros
do tour e ficamos preocupados quando Matheu disse não haver vaga no primeiro
local procurado. Mas logo no segundo tinha vaga.
Até o jantar ser feito e comermos, fomos dormir por volta da
meia-noite. O bom é que deu tempo para conversarmos bastante, sempre é bem
interessante conversarmos com pessoas de diferentes partes do mundo.
O incômodo é que tínhamos apenas uma ducha (fria) duas pias
e dois vasos sanitários para 21 pessoas (éramos três carros nesta hospedagem).
Fomos dormir bastante cansados (e sem banho, a sorte é que a Loirinha levou lenços higiênicos, que fizeram as vezes de um banho, hehehe).
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